quarta-feira, 24 de junho de 2020

Ep.1| PROGRAMA AGROECOLOGIA E POLÍTICA_🌻🌱🚩✊🏿

Saudações companheiros e companheiras!!

Lançamos hoje o primeiro episódio do programa Agroecologia & Política em tempos de pandemia,  e hoje falaremos sobre: Diversificação da produção camponesa.
Neste primeiro momento, conversamos com Valcilene Rodrigues, camponesa e professora da UFPI/Bom Jesus.
Este programa faz parte das atividades de preparação para Seminário Piauiense de Agroecologia, que será realizado em abril de 2021. 
Prepara o café, chama a companheirada, venha ouvir o programa e somar na luta camponesa.✊🏿🚩


Acompanhe os próximos episódios através do nosso blog.

Uma organização do NAGU, NUPESCC; CPT/Bom Jesus; e ArREPIA.

terça-feira, 23 de junho de 2020

TENDA VIRTUAL: AGROECOLOGIA & POLÍTICA EM TEMPOS DE PANDEMIA

Saudações Agroecologicas!!


“A Questão Quilombola: memória e resistência” é tema da próxima Tenda Virtual em preparação para o Seminário de Agroecologia previsto para abril de 2021.
Contaremos com a participação de Assunção Aguiar -Coordenadora do Grupo Afrocultural Coisas de Nêgo e Graduanda em Sociologia; Salvadora Bendita - Associação Quilombola do Brejão dos Aipins, PI; Mestre Naldim - Quilombo Custaneira, Cantor de Incelênças, Benditos e de Jurema; e contaremos com a mediação do professor Francisco Helton -  Doutorando em História e faz parte do Observatório Quilombola do Piauí.
Fiquem atentxs e participem da construção deste espaço de luta e resistência!!!
Acesse a Tenda Virtual pelo link: https://meet.google.com/qer-peon-phw
Para participar, você precisa do App Google Meet para dispositivos móveis ou de um navegador da Web compatível.
📱 No celular: baixe o aplicativo do Google Meet no seguinte link pelo seu celular: https://play.google.com/store/apps/details?id=com.google.android.apps.meetings&hl=pt_BR
🖥️ Notebook ou Computador(PC) – pelo seu navegador compatível como o Chrome, Mozilla etc - faça o download da versão mais recente.

segunda-feira, 8 de junho de 2020

TENDA VIRTUAL: AGROECOLOGIA & POLÍTICA EM TEMPOS DE PANDEMIA

Saudações Agroecologicas!!
“Questão Agrária e o Direito à Terra e Território” é tema da próxima Tenda Virtual em preparação para o Seminário de Agroecologia previsto para abril de 2021.
Contaremos com a participação de Maria Zulmira – Liderança Indígena Gamela da comunidade Vão do Vico, Piauí e com Maurício Correia – Associação de Advogados de Trabalhadores Rurais da Bahia (AATR-BA).
Fique atent@ e participe!
Acesse a Tenda Virtual pelo link: https://meet.google.com/qer-peon-phw
Para participar, você precisa do App Google Meet para dispositivos móveis ou de um navegador da Web compatível.
📱 No celular: baixe o aplicativo do Google Meet no seguinte link pelo seu celular: https://play.google.com/store/apps/details?id=com.google.android.apps.meetings&hl=pt_BR
🖥️ Notebook ou Computador(PC) – pelo seu navegador compatível como o Chrome, Mozilla etc - faça o download da versão mais recente.


MULHERES AGRICULTORAS: SABERES DA TERRA PARA UMA CONSCIÊNCIA PLANETÁRIA

Ao pensarmos as questões sociais destacamos entre elas a questão ecológica, a qual por muitos olhares não é considerada de tão valor para estar presente em todas as discussões de forma transversal. Intimamente ligada a essa questão, estão como subalternas e invisibilizadas historicamente as mulheres, vistas como subservientes em alguns espaços diante dos homens, sendo também seu papel social definido pelo meio social e cultural, levando atribuições do feminino de docilidade, maternidade, emotividade, fragilidade, refletindo ideologicamente hierarquias e relação de poder entre homens e mulheres.
Contudo, podemos pensar na mulher por um olhar de resistência e de protagonismo, em que tiveram seus papéis definidos por essas relações de poder e que diante disso são mulheres que desenvolveram papéis de resistência importantes para a construção social de comunidades, a partir de suas memórias histórico-social, produções de conhecimento, saberes e culturas para o processo de pertencimento e afirmação de identidades, mesmo diante do racismo brasileiro, do sexismo, machismo, do seu papel (imposto) de responsável solo de sua família na vida cotidiana e escolaridade insuficiente. (BOMFIM, 2019)
São essas mulheres que constroem ao longo da vida histórias que são silenciadas, consideradas insignificantes, mas que tem um valor inestimável para a memória delas, da comunidade e da sociedade, a qual possibilita um pertencimento identitário, constrói educações e perpetuam saberes.
E em meio às realizações de seus papéis, são mulheres que sempre estiveram organizadas politicamente, ocupando espaços de resistência em busca de autonomia e luta pela igualdade de direitos, mas que por relações de poder, interesses hegemônicos são invisibilizadas. Entretanto, descobrindo o que é ocultado de suas histórias, principalmente no mundo do trabalho, deve-se compreender que diante de várias funções que ocupam na sociedade, sem retornos e gratificações para isso, as mulheres negras, indígenas e agricultoras sempre contribuíram com sua força de trabalho para o desenvolvimento na sua forma mais ampla (economicamente, socialmente e culturalmente).
Diante disso, começamos a compreender os reais fatos no âmbito de mulheres que contribuem para a construção de histórias, mantenedoras de comunidades e assim relacionar, suas atividades e protagonismos como instrumentos de conscientização planetária. Essas mulheres têm participação que merece visibilidade na agroecologia, considerando que essa se caracteriza como uma ciência e um movimento social, reunindo diversas visões e um enfoque sistêmico.
E vale ressaltar que, precisamos olhar a agroecologia na perspectiva de Ferreira e Mattos (2017), que compartilha a questão de não se tratar apenas de uma forma de praticar agricultura, ao uso de tecnologias que não agridam ao meio ambiente, mas sobretudo, um modelo que vem romper com o modelo hegemônico de desenvolvimento rural, baseado principalmente no agronegócio que faz parte da base do modelo capitalista desse último, sendo o maior gerador de exclusão social, ou seja, o protagonismo dessas mulheres são essenciais para o enfrentamento de subalternidade que se encontram, mesmo que essa perspectiva agroecológica, por si só, não se revele suficiente para que a subalternização do trabalho produtivo e da função social delas, sejam suficientemente problematizadas. Mas Pacheco, nos alerta que:
(...) a invisibilidade do trabalho das mulheres agricultoras é antes que nada uma questão política. Os "silêncios" sobre as mulheres requerem outra matriz de análise que parta dos ecossistemas e sistemas de produção, da ampliação do conceito de trabalho e produtivo, em articulação com a questão da diversidade social, como constitutiva de uma visão de agricultura sustentável que relacione gênero e agroecologia. O debate continua em aberto. (Pacheco, 1997, p. 11 apud Ferreira e Mattos, 2017, p. 2)
Porém, mesmo diante dessa realidade de silenciamento e invisibilidade, cada vez mais, a perspectiva agroecológica tem demonstrado potencial de abrir espaços para que as mulheres agricultoras enfrentem sua condição de vulnerabilidade. Neste sentido, o diálogo entre as perspectivas agroecológica e feminista é um necessário traçado para o enfrentamento político sobre as vivências de fatos desumanizantes, machistas e cruéis das mulheres no meio rural.
Com isso, compreendemos que a relação da agroecologia e o protagonismo das mulheres nos coloca diante do desenvolvimento de consciência a respeito de questões sociais, mas também nos aproxima do discurso da ecoeducação que se dá em diversos espaços e se dando nesse contexto, pode também possibilitar consciência planetária a partir de seus saberes da terra, que se caracterizam pelas práticas do trabalho no campo, memórias coletivas, que nos oferecem entendimento do meio ambiente e da relação com a terra.
Compreendendo também, que essas práticas são experiências exemplares para a educação comunitária, a qual Gadotti (2001) enfatiza sua importância como instrumento de transformação do modelo de sociedade que estamos inseridos, guiado por um modelo econômico que nega o cuidado com a terra e segue a política do desenvolvimento sustentado.
E enquanto essa política tenta se sustentar, existem cenários de deficiências de infraestrutura das grandes cidades, índices de pobreza, insalubridade das casas nos meios rurais e urbanos e de alimentos contaminados. Todos esses fatores são causadores de doenças e que muitas delas poderiam ser evitadas por uma educação para a saúde, por isso, é necessário considerar a educação sustentável, uma ação significativa para gerar resultados benéficos. “A ecoeducação, a educação ambiental e comunitária (popular), o que chamamos aqui de educação sustentável, precisa, nesse sentido, ser estimulada. ” (GADOTTI, 2001, p. 9)
Em virtude disso, podemos observar que não são práticas sem valores, não são apenas vivências sem influências sobre a realidade, ao contrário, são exemplos para repensarmos a vida na Terra, o passado, presente e futuro da humanidade. Passamos a enxergar tendo essa tomada de consciência, atos revolucionários, onde precisamos, inventar, desenvolver, sobreviver, para chegarmos a uma consciência ecológica em que a preservação do planeta será resultante e essa consciência precisa da educação em suas mais diversas formas, tempos e espaços. E como nos deparamos com saberes da experiência, cotidianidade, entendemos o que Paulo Freire compartilha: “ É nesse sentido que se pode afirmar que o homem não vive autenticamente enquanto não se acha integrado com a sua realidade. Criticamente integrado com ela. ” (1959: 9 apud GADOTTI, 2001, P. 10)

Referências
BOMFIM, Bruna, C. S. Memórias De Mulheres Quilombolas: Diálogo Com O Contexto Histórico Social E Suas Vivências Como Egressas Ou Não Da Eja Em Vila De Mangueiras Salvaterra (Pa). Trabalho de conclusão de curso. Curso de Licenciatura Plena em Pedagogia da Universidade do Estado do Pará, Belém, 2019.
GADOTTI, Moacir. Pedagogia da terra: Ecopedagogia e educação sustentável; Paulo Freire y la agenda de la educación latinoamericana en el siglo XXI. CLACSO, Consejo Latinoamericano de Ciencias Sociales . Buenos Aires, 2001.

PACHECO, M.. "Sistemas de produção: uma perspectiva de gênero". Revista Proposta - Desenvolvimento Sustentável, 25(71). 1997 apud FERREIRA, Ana P. L. e MATTOS, Luís C.. Convergências e divergências entre feminismo e agroecologia. Cienc. Cult. vol.69 no.2 São Paulo Apr./Jun. 2017.
Autoras:
Bruna Caroline Santos Bomfim
Gilvan da Silva Costa
Millena Ayla da Mata Dias
Viviany Lúcia Fernandes dos Santos